O Flamengo viveu uma noite amarga ao empatar com o São Paulo na 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado frustrou os planos rubro-negros na luta pelo título, especialmente após a expulsão de Gonzalo Plata logo depois do gol marcado por Samuel Lino. A equipe, que vinha crescendo na competição, acabou sofrendo com a desvantagem numérica e perdeu pontos preciosos na corrida pela liderança.
De volta ao Ninho do Urubu, o clima foi de cobranças e reflexão. O técnico Filipe Luís preferiu adotar um discurso protetor em relação ao jogador, evitando críticas diretas e atribuindo a responsabilidade de uma possível punição à diretoria do clube. Segundo o treinador, a expulsão de Plata foi “sem querer”, destacando que o atleta vinha se dedicando intensamente dentro de campo.
Mesmo com a tentativa de Filipe Luís de amenizar o episódio, os bastidores indicam que o clube deve aplicar uma multa disciplinar ao atacante. A decisão, tratada de forma interna, faz parte da estratégia de manter o elenco focado e comprometido nos momentos decisivos da temporada. O Flamengo, embora evite expor o caso publicamente, entende que a reincidência de cartões vermelhos — três desde setembro — preocupa e precisa de atenção.
Histórico de expulsões e postura do clube
Plata já havia sido expulso anteriormente em lances polêmicos. Um dos cartões chegou a ser anulado por erro de arbitragem, enquanto outro veio de uma reação considerada infantil fora da disputa de bola. Desta vez, o lance contra o São Paulo foi avaliado como uma jogada comum, mas o comportamento recente do atacante acendeu o alerta.
Na Vila Belmiro, o jogador foi expulso por uma entrada dura em Arboleda, em um momento em que o Flamengo vencia por 2 a 1. Com um a mais, o São Paulo empatou a partida, mostrando como o desequilíbrio emocional tem custado caro ao time.
Essa não é a primeira vez que o Flamengo recorre a punições internas para conter excessos. O atacante Wallace Yan, por exemplo, foi multado após ser expulso na derrota para o Bahia. O episódio, somado a outras medidas semelhantes, faz parte de um esforço maior da diretoria em fortalecer a disciplina e o comprometimento no elenco profissional.
Construindo uma nova cultura de comprometimento
A gestão atual do Flamengo vem implementando um modelo mais rigoroso de cobrança interna. O clube aposta em atletas com perfil de liderança e profissionalismo, como Danilo, Jorginho e Saúl, reforços com experiência europeia que têm servido de exemplo para os mais jovens.
Esses jogadores se destacam pela ética de trabalho, sendo os primeiros a chegar e os últimos a sair do CT. A ideia é criar uma cultura em que o foco, a dedicação e o desempenho coletivo estejam sempre acima das individualidades.
Essa filosofia também alcança as categorias de base e outros nomes do elenco principal. Jovens como Lorran e Felipe Teresa foram afastados por não atenderem aos padrões de comprometimento exigidos pela comissão técnica. Já Pedro, em um momento de queda de rendimento, foi cobrado publicamente por Filipe Luís e respondeu dentro de campo, recuperando a titularidade.
Análise: disciplina como pilar para o sucesso rubro-negro
O caso de Gonzalo Plata reflete um dilema recorrente em grandes clubes: conciliar talento com responsabilidade. O Flamengo, ciente do peso de seu elenco, parece determinado a não abrir mão da disciplina em nome do resultado imediato. A construção de uma cultura vencedora passa justamente por esse equilíbrio — valorizar o desempenho técnico, mas também o comportamento fora das quatro linhas.
Se conseguir consolidar essa mentalidade, o clube tende a colher frutos a longo prazo, tanto em conquistas esportivas quanto na formação de um elenco mais maduro e comprometido.
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