O clima nos bastidores do Botafogo ficou tenso nos últimos dias. Jogadores e diretoria vivem um impasse sobre o pagamento da premiação referente à Copa do Mundo de Clubes, valor que o clube já recebeu da Fifa entre o fim de setembro e o início de outubro.
De acordo com informações internas, a direção do Botafogo informou ao elenco, durante uma reunião no Espaço Lonier, que não há previsão imediata para o pagamento do “bicho” — e apresentou uma proposta de parcelamento ao longo de um ano. O encontro contou com a presença de lideranças do grupo, que não receberam bem a proposta.
Premiação milionária e divergência de valores
O Botafogo arrecadou cerca de R$ 146,3 milhões por sua participação até as oitavas de final do Mundial de Clubes. Do total, pouco mais de R$ 15 milhões seriam destinados aos jogadores, após os descontos de impostos e custos logísticos.
Entretanto, segundo fontes internas, parte do elenco reivindica um aumento no valor da premiação, solicitando um acréscimo de cerca de R$ 10 milhões sobre o montante acordado em janeiro.
A diretoria, por outro lado, afirma que o acordo de premiações da temporada 2025 foi firmado no início do ano, com documentos assinados por atletas e dirigentes. Durante a reunião, a cúpula do clube exibiu os registros para comprovar que os valores já estavam formalmente definidos.
Conflito de interesses e clima de desconfiança
O impasse ampliou a tensão no ambiente interno do Botafogo, que tenta equilibrar as finanças e manter a harmonia com o elenco após uma temporada de altos e baixos. A falta de um acordo imediato pode gerar instabilidade nos bastidores justamente em um momento em que o clube busca retomar o foco dentro de campo.
Análise e opinião
O conflito entre diretoria e elenco do Botafogo reflete um problema recorrente no futebol brasileiro: a falta de transparência e comunicação clara entre as partes. Mesmo com contratos assinados, a gestão precisa manter o diálogo aberto para evitar ruídos que afetem o ambiente esportivo. Por outro lado, é compreensível que os atletas, responsáveis pela campanha que gerou a premiação, queiram uma fatia mais justa do montante. Se mal conduzido, esse embate pode comprometer a confiança entre diretoria e elenco — algo que o clube não pode se dar ao luxo de perder neste momento de reconstrução.
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