O dono da SAF do Botafogo, John Textor, voltou ao centro das atenções após responder, de forma contundente, às acusações feitas pelos atuais dirigentes do Lyon. Em um extenso comunicado publicado em seu site oficial nesta quinta-feira, o empresário americano negou qualquer irregularidade nas negociações envolvendo jogadores que passaram entre os dois clubes durante o período em que administrava ambas as equipes.
A polêmica ganhou força depois que o jornal francês L’Équipe divulgou que teriam ocorrido “transferências fantasmas” entre Lyon e Botafogo. Os atuais dirigentes do clube francês abriram investigação envolvendo as transações de Luiz Henrique, Igor Jesus, Thiago Almada (único a atuar no Lyon), Jair Cunha e Savarino. Segundo as acusações, as operações teriam criado um passivo de aproximadamente 120 milhões de euros para o Lyon.
Textor acusa pressão de dirigentes da Ligue 1
Em sua defesa, Textor afirmou que a controvérsia é resultado direto da pressão exercida por presidentes de clubes da Ligue 1, que teriam se incomodado com o modelo de gestão multi-clubes adotado pelo empresário. Segundo ele, dirigentes influentes da elite francesa tentaram minar as vantagens esportivas do Lyon sob sua administração.
Textor citou inclusive um episódio da primavera de 2023, quando, segundo ele, o presidente do Nice admitiu que protestou contra as operações apenas por ter “dado sua palavra a um amigo”. Para o americano, isso comprova a existência de um conluio entre os presidentes da liga para impedir o crescimento do Lyon — que, vale lembrar, saiu da lanterna para disputar a Liga Europa.
O empresário ainda destacou que havia forte resistência à possibilidade de ver uma equipe reforçada por Igor Jesus, Thiago Almada e Luiz Henrique brigando por vaga na Champions League.
Botafogo nega qualquer irregularidade
No comunicado, Textor também enfatizou que a suposta dívida de 120 milhões de euros não é do Botafogo para o Lyon, mas do Lyon para o clube carioca, em razão da compra dos direitos econômicos dos jogadores citados. A SAF alvinegra reforça que todas as operações foram registradas em órgãos oficiais, como o DNCG, além de estarem refletidas no balanço financeiro do clube francês.
A diretoria botafoguense garante que não houve qualquer violação às regras da FIFA, defendendo a transparência de todas as transações.
Análise: crise política, disputa de narrativas e impacto no Botafogo
O embate entre John Textor e o Lyon se tornou mais do que uma simples divergência contábil — trata-se de uma disputa de narrativas com potencial impacto esportivo e político. De um lado, o Lyon tenta desvincular a atual gestão dos problemas herdados; de outro, Textor busca preservar sua imagem e a credibilidade de seu projeto multi-clubes.
Para o Botafogo, o caso pode gerar repercussões indiretas. Ainda que o clube carioca afirme não ter cometido nenhuma irregularidade, o prolongamento da crise na França pode trazer desgastes públicos e atrasar negociações ou projetos estruturais. No entanto, até aqui, as documentações oficiais parecem favorecer a versão defendida por Textor.
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